Podemos
nos orgulhar dos nossos artistas e da arte que eles produzem, bem como de
certas iniciativas, como o pioneirismo no reconhecimento dos quadrinhos como
arte, além da notável versatilidade dos quadrinhos nacionais e da excelência do
quadrinho brasileiro em determinados setores, como o infantil, por exemplo.
Na área acadêmica nacional, até
pouco tempo havia um vazio de atividades relativas aos quadrinhos — não que
fossem inexistentes, pois sempre ocorreu a preocupação de se estudar os
quadrinhos, haja vista a frequência com que livros teóricos sobre o tema que
vêm sendo editados nas últimas décadas. Essa situação começou a mudar com uma
série de eventos de estudos e trabalhos sobre quadrinhos, promovida na área
acadêmica, que prosperou e culminou em um ano excepcional que foi 2011.
No Brasil, os estudos acadêmicos
sobre a 9ª Arte têm passado nos últimos anos por uma grande evolução e um
aumento considerável de eventos. Um de seus pontos mais elevados foram as Jornadas Internacionais, realizadas em
agosto de 2011.
Os quadrinhos no Brasil têm uma
história cheia de peculiaridades e contradições. São tantas que ninguém pode
afirmar com certeza se a situação da 9ª Arte é, neste momento boa, regular ou
ruim. Sempre foi assim — o setor vive de espasmos, o mercado de HQs cresce e
encolhe inseguro, em compasso com a economia, meio dependente dos rumos que a
política econômica nacional venha a tomar e ancorado ao sabor do que acontece
nas editoras grandes e médias. No meio editorial, a reclamação recorrente é que
“no Brasil, os quadrinhos não decolam”,
pois cada fase de prosperidade acaba solapada por sucessivas e inevitáveis
crises.
No mês de agosto daquele ano,
entre os dias 23 a 26, na ECA/USP (Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo) promoveram-se as Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos, ditas Primeiras porque outras virão, nos
mesmos moldes, para as quais concorreram estudiosos de setores múltiplos do
conhecimento, como de Ciências da Comunicação, Letras, Psicologia, Educação e
História, Jornadas essas que foram abertas com a reunião histórica de
quatro intelectuais pioneiros dos estudos das HQs, Moacy Cirne, Álvaro de Moya,
Sônia Bibe Luyten e Antonio Luiz Cagnin. A organização desse evento recebeu um
recorde de 250 propostas de resumo, vindas de todos os Estados brasileiros e
também do exterior. Os artigos se destacaram pela diversidade, também, havendo
predominância pelos temas HQ e Linguagem,
HQ e História, HQ e Educação e HQ e
Literatura. A qualidade dos escritos levou à proposta de uma publicação em
livro, e assim a Comissão Científica das Jornadas selecionou 22 trabalhos
que, devidamente padronizados, vêm a compor este volume.
A HQ nacional tem, portanto, uma
nova data/evento a lembrar, além do livro que veio a registrar aquele
importante momento histórico.
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INTERSECÇÕES
ACADÊMICAS
PANORAMA
DAS PRIMEIRAS JORNADAS ACADÊMICAS INTERNACIONAIS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Editora: Criativo
Autores: Akemi Ishihara
Alessi, Carlos Hollanda, Celbi Pegoraro,
Chantal
Herskovic, Dennys Dikson, Diego Figueira, Edgar Franco, Eduardo Calil, Eliza
Bachega Casadei, Fabrício Martins, Fernando Ventura, Gazy Andraus, Geisa Fernandes,
Iuri Andréas Reblin, Laura Cristina Fernández, Lúcio Reis Filho, Márcio dos
Santos Rodrigues, Marilda Queluz, Rafael Duarte Oliveira Venancio, Renata
Garcia de Carvalho Leitão, Ricardo Jorge de Lucena Lucas, Ricardo Kozesinski,
Sebastian Horacio Gago, Tarcísio Marques da Silva, Thomaz Pereira de Amorim
Neto
Organizadores: Waldomiro Vergueiro,
Paulo Ramos, Nobu Chinen
ISBN 978-85-8258-022-6
Formato: 17 x 24 cm, lombada
quadrada
328 páginas
Email: editora@criativo.art.br
R$ 49,90
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