sábado, 28 de setembro de 2024

HQs Independente-Autofágico-Abstratas


Cada vez mais, parecem se multiplicar as maneiras de encarar as histórias em quadrinhos. Nos últimos tempos, temos visto análises que colocam em segundo plano o aspecto narrativo dos quadrinhos e mergulham em considerações que se baseiam na poética e nas artes visuais. Nesse sentido, Gazy Andraus e Guilherme Lima Bruno e Silveira defendem, com bastante propriedade, que as histórias em quadrinhos não se limitam à sua própria linguagem de narrar histórias imagético-textuais, mas podem flertar com artes poéticas, visuais e além

Essas e outras ponderações na mesma linha são feitas no artigo "HQs Independente-Autofágico-Abstratas", publicado em abril de 2024 no dossiê especial da revista 9a Arte dedicado aos trabalhos apresentados nas 7as Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos. No artigo, os autores defendem que, em diversos momentos, principalmente a partir da década de 1970, foram realizadas experiências ricas na exploração livre da estrutura das histórias em quadrinhos, dando como exemplos a editora Le Terrain Vague, principalmente na publicação Saga de Xam, assim como Metal Hurlant e o quadrinho autoral que se estabelece a partir desse período. 

No Brasil, por sua vez, essas investidas se mostram relevantes nos quadrinhos poético-filosóficos, mas também têm tido sua presença em produções que exploram a abstração nessa linguagem. O  artigo procura localizar a antologia Autofagia, publicada pelo Selo Risco Impresso, dentro desse território da experimentação e autoralidade, mostrando como suas páginas abordam a vanguarda das histórias em quadrinhos e seu flerte com as artes, a poesia visual e o poema/processo.

Interessados podem ter acesso ao texto completo do artigo em: HQs Independente-Autofágico-Abstratas! | 9ª Arte (São Paulo) (usp.br).

Prof. Dr. Waldomiro Vergueiro


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