Desde a década de 1930, os
quadrinhos Disney são produzidos na Europa sob licenciamento da empresa
estadunidense. Entre os europeus, os roteiristas, artistas e editores italianos
destacaram-se pela inovação e pela engenhosidade. Romano Scarpa, Giorgio
Cavazzano (ainda na ativa), Giovan Battista Carpi, Massimo de Vita, entre
outros, ganharam notoriedade entre os fãs de vários países e legaram suas
formas gráficas e sua originalidade à nova geração de quadrinhistas, a exemplo
de Casty (Andrea Castellan).
Este último tem como inspiração
a obra de Romano Scarpa, um dos quadrinhistas que ajudou a definir o “estilo
italiano” dos fumetti Disney, e que
também criou novos personagens e roteiros diferentes dos tradicionais. No
Brasil, a edição dos quadrinhos Disney esteve aos cuidados da editora Abril por
68 anos. Agora, essas novas histórias têm sido publicadas nas páginas das
revistas produzidas pela Culturama, especialmente no título bimestral O Grande Almanaque Disney, que, pela
quantidade maior de páginas, comporta narrativas mais longas.
A editora francesa Glénat,
fundada em 1969 por Jacques Glénat, é responsável por álbuns de grande beleza
estética e realizados por diversos nomes do quadrinho europeu da atualidade. Há
edições com formatos diferenciados, como Café
“Zombo”, que recria, em um álbum horizontal, as tiras de aventuras do
Mickey feitas por Floyd Gottfredson na década de 1930. No álbum Mickey All Star, diversos artistas criam
uma página cada um, sempre com o ratinho entrando por uma porta na primeira
vinheta e saindo por outra na última. Este personagem também é o protagonista de A Juventude de Mickey, na qual ele
conta para seu incrédulo netinho as aventuras que vivenciou; Misteriosa Melodia, que apresenta a
primeira vez em que Mickey vê a Minnie, em uma prequela ao desenho animado O barco a vapor; e Super Mickey, na qual os super amendoins do Pateta ajudam Mickey a
frustrar a fuga de bandidos, entre eles o Bafo-de-Onça. A computação gráfica é
usada em Horrifikland para realçar a narrativa
de terror.
Não se pode esquecer o
pato Donald estrela de As mais alegres
aventuras de Donald, onde apronta muitas confusões, como sempre. Nomes
importantes dos quadrinhos europeus são os autores destes álbuns, a exemplo do
suíço Bernard Cosey, dos franceses Nicolas Keramidas, Tebo (Frédéric Thébault),
Régis Loisel e Lewis Trodndheim, além dos italianos Fabrizio Petrossi e
Federico Bertolucci. Os álbuns editados pela Glénat têm um acabamento
requintado e as narrativas e as artes fogem do convencional e, com os artistas
listados acima, os desenhos são mais sofisticados ou simplificados e até têm o
mesmo tratamento dos comix underground.
No Brasil, a publicação desta série fica
a cargo da editora Panini.
Por fim, a editora
Universo dos Livros coloca à disposição dos leitores a quadrinização de
desenhos da Disney ou da Pixar, como graphic novels ou no estilo de mangá: A Bela e a Fera, Cruella de Vil, Descendentes,
Encanto, Red – Crescer é uma fera, Elementos,
entre outros títulos, que, normalmente, são destinados principalmente para o
público-juvenil.
Prof. Dr. Roberto Elísio
dos Santos
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