sábado, 30 de dezembro de 2023

Histórias em quadrinhos utilizadas para narrar experiências pessoais




Em 2021, o quadrinista Lino Arruda publicou a história em quadrinho Monstrans: experimentando horrormônios, na qual explora as suas experiências como pessoa com deficiência, transmasculina e com lesbianidade, representando-se com uma forma mutável entre humano e criatura. Essa publicação chamou a atenção de Ícaro S. Gonçalves, que decidiu ter o trabalho de Arruda como foco de suas pesquisas acadêmicas. Nesse sentido, apresentou um trabalho sobre o tema nas 7as Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos, que acaba de ser publicado em forma de artigo científico no dossiê dedicado ao evento pela revista 9a Arte (Vista do Dissidência corporal e monstruosidade em Monstrans (usp.br)). 

O estudo desenvolvido por Ícaro busca analisar a representação do autor na obra quadrinística, levantando questões de corporalidades dissidentes, gênero e sexualidade, observando como estas são representadas pelo quadrinista ao narrar e ficcionalizar suas próprias vivências. Para tal, considerou várias teorias sobre quadrinhos, a análise das representações gráficas do horror,  proposições sobre escrita de si, bem como questões de gênero e observações sobre vivências trans no âmbito da psicanalise.

Trata-se um texto instigante, que abre espaço para vários questionamentos sobre aspectos específicos envolvidos na representação da individualidade nas e pelas histórias em quadrinhos.

Prof. Dr. Waldomiro Vergueiro

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