sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Personagem RanXerox é analisado em artigo da revista 9a Arte


Aqui no Brasil, quando relacionamos histórias em quadrinhos e movimento punk, talvez a primeira coisa que nos venha à memória seja Bob Cuspe, personagem criado por Arnaldo Angeli Filho nos anos 1980. Mas existe outro, produzido pelos italianos Stefano Tamborini e Tanino Liberatore, mais ou menos na mesma época, com a mesma pegada punk. Internacionalmente, ele é bem mais famoso que o personagem do quadrinista paulistano e parece levar o universo punk muito mais a sério. Trata-se de RanXerox,  tipo de robô frankenstein que vive em uma sociedade distópica futurista.

O personagem foi publicado no Brasil na extinta revista Animal, no final da década de 1980. E é sobre essas histórias que Geovano Moreira Chaves, do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, Campus Inconfidentes, se debruça para escrever seu artigo "Histórias em quadrinhos como manifestações do movimento punk: uma análise de RanXerox", recém-publicado na revista 9a Arte, no dossiê dedicado aos trabalhos apresentados nas 7as Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos.

Doutor em História e Culturas Políticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o autor defende que as histórias em quadrinhos correspondem a espaços de manifestações do movimento punk, na mesma medida que outras formas de linguagens e manifestações artísticas, associadas a políticas, ideologias e estéticas, porém, não contam com a mesma notoriedade neste aspecto. Assim, por meio das análises de RanXerox, postula que o movimento punk não apenas foi utilizado como narrativa e inspiração para as histórias em quadrinhos, mas, que o movimento punk também se constituiu por meio das histórias em quadrinhos.

Trata-se uma temática audaciosa, que merece a atenção de todos os estudiosos da influência dos quadrinhos na sociedade. O artigo está disponível para leitura e download no endereço Histórias em quadrinhos como manifestações do movimento punk | 9ª Arte (São Paulo) (usp.br).

Prof. Dr. Waldomiro Vergueiro

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