A apresentação
do capítulo e coordenação da discussão foram realizadas por Gazy Andraus.
a - Origens suíças
para quadrinhos franceses e belgas
Em 1996, dois grupos de especialistas apresentaram definições concorrentes de quadrinhos. Um deles, associado ao Centre Belge de la Bande Dessinée (CBBD) em Bruxelas, celebrou o centenário dos quadrinhos, inventados, segundo eles, quando o americano Richard Felton Outcault (1863–1928) introduziu balões de fala em seus quadrinhos Hogan's Alley ou Yellow Kid em 1896; o outro, incluindo Thierry Groensteen, associado ao Centro Nacional de Quadrinhos da França em Angoulême, argumentou, contrariamente que os quadrinhos foram inventados por Rodolphe Topffer (1799-1846), um cartunista suíço falecido 150 anos antes.
Topffer litografou e publicou
suas próprias histórias em quadrinhos, a mais curta das quais tinha 52
páginas, em pequenas tiragens. Outcault, junto com outros cartunistas
americanos de sua época, criou histórias em quadrinhos e páginas para
produção em massa, jornais de grande tiragem, controlados por magnatas
poderosos da imprensa. Com Topffer, os quadrinhos assumem a forma de um
livro de artista, enquanto os dos cartunistas americanos são um meio
de comunicação de massa.
Alguns estudiosos de quadrinhos
argumentam que os quadrinhos de Topffer são de fato fundamentais para o
futuro desenvolvimento de quadrinhos na Europa Ocidental e além. Vários
cartunistas foram inspirados por Topffer
b - Influências transnacionais no balão de fala e publicações standards (broadsheets)
Pesquisa feita por especialistas de quadrinhos sobre as primeiras aparições de balões de fala nos quadrinhos franceses no final do século XIX e início do século XX têm rendido muitos exemplos, incluindo Sam et Sap [Sam e Sap] de Candide, obra colonialista com um grotesco caráter africano negro devendo muito ao menestrel (minstrelsy) e talvez inspirado em parte por Buster Brown.
Esse quadrinho e vários outros franceses
do início do século XX são prova da influência de quadrinhos americanos com
balões de fala, inclusive os publicados na edição parisiense do New York
Herald. Estes últimos incluem Buster Brown, Little Nemo in
Slumberland e Little Sammy Sneeze, de Winsor McCay, também
rapidamente publicados como livros em tradução francesa. O intercâmbio entre os
dois países era uma via de mão dupla na criação de quadrinhos.
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